Morte Súbita – partes I a IV

Morte Súbita - Infarto Fulminante (dr. paulo Sadala)

Morte Súbita

Morte Súbita – Rotura de Aneurisma – parte IV

Morte Súbita – Por Paulo Sadala

Rotura de aneurisma – outro evento catastrófico que pode levar uma pessoa à morte em poucos minutos é a rotura de um aneurisma, seja ele cerebral ou da artéria aorta.

Aneurisma da aorta

Os aneurismas da aorta são mais comuns em pessoas idosas, fumantes, hipertensos e com colesterol elevado. O aneurisma da artéria aorta é um defeito que evolui ao longo de anos, mas a sua rotura é uma emergência médica que pode levar o paciente à morte em minutos a horas. Aneurismas maiores que 5,5 cm são os que apresentam maior risco de rotura.

Os sintomas da rotura de um aneurisma da artéria aorta são dor abdominal ou torácica, taquicardia (coração acelerado), palidez da pele e hipotensão arterial, que ocorre pela rápida e maciça perda de sangue.

única chance de sobrevivência ocorre quando o quadro é rapidamente reconhecido e o paciente consegue ser levado à cirurgia para contenção do sangramento.

Aneurisma cerebral

O quadro de rotura de um aneurisma cerebral é ainda mais dramático que o de um aneurisma aórtico. Neste caso, não é a maciça perda de sangue a causa da morte rápida, mas sim o aumento da pressão intracraniana e a compressão do cérebro pelo sangramento que ocupa espaço dentro da calota craniana.

O quadro clínico costuma iniciar-se com uma súbita e intensa dor de cabeça. É muito comum o paciente referir que esta dor é a mais intensa que ele já sentiu na vida. Nos casos mais graves o paciente evolui com vômitos, desorientação e perda da consciência.

 


Morte Súbita – Embolia Pulmonar – parte III

Morte Súbita – Por Paulo Sadala

Embolia pulmonar (tromboembolismo pulmonar) – é outra causa muito comum de morte súbita. Esse quadro é habitualmente provocado quando o paciente tem uma trombose nas pernas e um pedaço desse trombo se solta, viajando pela circulação sanguínea em direção aos pulmões. Se o êmbolo (coágulo que viaja pela circulação sanguínea) for grande o suficiente, ele pode obstruir a artéria pulmonar, provocando um súbito e extenso infarto no pulmão.

O principal fator de risco para um embolia pulmonar é a presença de trombose nas veias profundas dos membros inferiores, cujo os fatores de risco são:

  • Cirurgias recentes, principalmente da região pélvica ou das pernas
  • Traumatismos dos membros inferiores
  • Câncer
  • Insuficiência venosa grave dos membros inferiores
  • Uso de pílula anticoncepcional
  • Gravidez
  • Doenças da coagulação, chamadas de trombofilias

A embolia pulmonar deve ser pensada em todo paciente supostamente saudável que apresenta uma morte súbita dias após uma cirurgia extensa ou um traumatismo.

 


Morte Súbita – parte II (Arritmias Malignas)

Morte Súbita – Por Paulo Sadala
As arritmias cardíacas malignas não ocorrem somente após um infarto. Na verdade, várias doenças cardíacas podem dar origem a arritmias e, consequentemente, à morte súbita.

Chamamos de arritmia maligna toda alteração elétrica do coração que o impeça de bombear o sangue de forma efetiva. O tipo de arritmia cardíaca mais grave é a fibrilação ventricular.

O coração do paciente com fibrilação ventricular não se contrai de forma efetiva e o paciente entra em parada cardíaca, apesar de ainda ter atividade elétrica no coração. O paciente fica sem pulso porque a atividade elétrica da fibrilação ventricular é tão caótica que ela não consegue comandar de forma efetiva a contração do músculo cardíaco.

Entre as doenças que podem gerar uma arritmias cardíaca maligna, podemos citar:

  • Insuficiência cardíaca grave (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA)
  • Miocardite (leia: MIOCARDITE VIRAL)
  • Cardiomiopatia hipertrófica
  • Prolapso da válvula mitral com regurgitação mitral (leia: PROLAPSO DA VÁLVULA MITRAL)
  • Síndrome do QT longo
  • Síndrome de Brugada
  • Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito

Os sintomas de uma arritmia maligna costumam ser palpitações, dor no peito, taquicardia (coração muito acelerado) e hipotensão. O paciente pode evoluir rapidamente para perda da consciência.

As arritmias malignas são uma forma de morte súbita que podem ser revertidas, caso sejam reconhecidas e tratadas imediatamente. O tratamento é feito com um desfibrilador, que é uma máquina que emite descargas elétricas de forma a abortar uma arritmia maligna. Hoje em dia, locais de grande fluxo de pessoas, como aeroportos e shopping centers, possuem máquinas de desfibrilação automáticas, capazes de reconhecer arritmias e emitir descargas elétricas sempre que necessário.

Pacientes com elevado risco de arritmias malignas, principalmente aqueles com insuficiência cardíaca, podem receber um desfibrilador implantável, que é uma espécie de marca-passo cardíaco capaz de reconhecer e liberar descargas elétricas caso o paciente entre em arritmia.


Morte Súbita – parte I (Infarto Fulminante)

Morte Súbita – Por Paulo Sadala
Chamamos de morte súbita qualquer evento que leve um indivíduo ao óbito de forma inesperada e relativamente rápida. A morte súbita pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas ela é mais comum em pessoas mais idosas, já portadoras de doenças cardíacas prévias. Porém, até jovens atletas ou bebês supostamente saudáveis podem morrer subitamente.

O QUE É UMA MORTE SÚBITA?

A definição exata de morte súbita ainda não é um consenso no meio médico. Alguns grupos definem a morte súbita como uma morte inesperada que ocorre tão rapidamente a partir do início dos sintomas que a sua causa não pode ser estabelecida de forma clínica com absoluta certeza. Essa definição descarta qualquer tipo de morte violenta, seja por homicídio, suicídio ou acidentes, assim como complicações de doenças previamente conhecidas, como infecções graves ou câncer.

Outros grupos preferem definir morte súbita como um evento que ocorre de forma, a princípio, inexplicável e que leva o paciente ao óbito dentro da primeira hora após o início dos sintomas. Também se enquadram no conceito de morte súbita as pessoas que são encontradas mortas de forma inesperada e inexplicável.

CAUSAS DE MORTE SÚBITA NOS ADULTOS

Na grande maioria dos casos de morte súbita, a causa tem origem no coração. Problemas pulmonares, vasculares e cerebrais também podem levar o paciente a um óbito de forma súbita e inesperada.

Na verdade, existem dezenas de causas possíveis para uma morte súbita. Situações como ingestão acidental de veneno, choque elétrico de alta voltagem ou asfixia após se engasgar com um objeto ou alimento podem causar uma morte súbita. Mas não é sobre esse tipo de morte súbita, ocasionada por situações acidentais, que iremos falar. O que vamos descrever a seguir são mortes súbitas provocadas por eventos naturais, ou seja, desencadeada por alguma doença ou defeito do organismo.

1. INFARTO FULMINANTE

Infartos fulminantes são a forma mais comum de morte súbita e ocorrem por dois mecanismos básicos:

a. Extensa necrose do músculo cardíaco que leva à uma súbita falência da bomba cardíaca.
b. alterações na condução elétrica normal do coração que levam ao desenvolvimento de arritmias cardíacas malignas.

O infarto fulminante é mais comum em pessoas mais velhas, já com histórico de infartos anteriores e/ou com fatores de risco para doença cardiovascular, como diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo, etc.

O quadro clínico é semelhante ao de qualquer infarto, com dor no peito com sensação de aperto, que pode ou não irradiar para o braço esquerdo ou pescoço, falta de ar e suores. Nos infartos graves, o paciente entra em colapso circulatório rapidamente, com hipotensão e perda da consciência.


 

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Dr Paulo Sadala - Caridologista | Revista Correr

Dr. Paulo César Sadala Ferreira

  • Título de especialista em terapia intensiva (AMIB)e cardiologia (SBC)
  • Médico pós graduado em neurointemsivismo
  • Médico pós graduado em nutrição, longevidade e antienvelhecimento Médico chefe do serviço de Clinica da médica da Santa cada de RP
  • Médico assistente do serviço de terapia intensiva e cardiologia da Santa Casa RP
  • Médico coordenador da disciplina de cardiologia da faculdade de medicina UNISEB (Estácio de Sá)
  • Medico coordenador da disciplina de terapia intensiva da faculdade de medicina UNISEB
  • Médico assistente da disciplina de clínica médica da Faculdade de Medicina Barão de Mauá

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